domingo, 26 de abril de 2015

Episódio em que saí sem rumo e encontrei o paraíso em Porto Belo, Santa Catarina





Tijucas, Santa Catarina.  

Eu e meu marido estávamos hospedados na casa de uma pessoa muito amada, porém, muito difícil de se conviver.

Havíamos feito 3 dias de passeios divertidos nas cidades que ficavam pertinho: Balneário Camboriú, Bombinhas.
Depois do terceiro dia, as coisas ficaram difíceis. Cada coisinha, feita ou falada, era motivo de intermináveis brigas familiares. Tentei relevar desde o momento em que chagamos na rodoviária de Tijucas.
Mas no terceiro dia, cheguei no meu limite e desabafei o quanto os comentários negativos e desnecessários estavam me deixando triste e estragando aquele momento que deveria ser especial para nós, já que não nos víamos desde o ano anterior.
Conversa e tempo perdidos, as pessoas são o que são... Eu já sabia desde o início que acabaria assim. 
Meu marido havia me avisado, minha mãe e meu pai também. Mas, por motivos de saudades (apesar de já conhecermos a pessoa) decidimos que passaríamos as férias na casa dessa pessoa. Faríamos o possível para evitar as discussões bestas e faríamos muitos passeios para que a tal pessoa se distraísse e esquecesse de pegar no nosso pé.
E os 3 dias foram perfeitos e felizes. Achei realmente que as coisas se encaminhariam bem, mas não deu.
Uma discussão imensa começou na noite do terceiro dia, teve até gente passando mal e eu decidi por bem que deixaria aquela casa no dia seguinte, afinal... eu não era obrigada à passar por aquilo, nem queria continuar naquele clima terrível.
Sem internet, fui à uma Lan House e comecei à buscar pousadas nas cidades que ficassem próximas e encontrei uma à beira-mar na cidade de Porto Belo, que eu conhecia pouco, mas já havia estado lá uns anos anos antes com o marido e visitado sua ilha, homônima, e gostado muito. O preço era razoável. O marido me apoiando sempre.
Arrumamos nossas coisas antes de dormirmos, e na manhã seguinte, com um Adeus seco, a pessoa me pediu as chaves da casa de volta. Entreguei.
Cheios de malas e com um orçamento apertado, pegamos o ônibus que nos levaria até a rodoviária da saudosa Tijucas, sentindo que eu não voltaria mais alí tão cedo.
Ao chegar na rodoviária, liguei para a pousada para confirmar a minha reserva e perguntar mais detalhes sobre o quarto. Na época, eu não era adepta de banheiros coletivos e nem havia me atentado para esse detalhe. Perguntei: "_ Ok. E o banheiro?" 
"_ É compartilhado e fica no andar superior" _ respondeu o gerente.
Cancelei a reserva.
Como já havíamos comprado a passagem de ônibus para a cidade de Porto Belo, embarcamos, e decidimos que ao longo do caminho iríamos olhando as placas e desceríamos na primeira pousada que encontrássemos.

Fui olhando atentamente para as casas à beira da estrada, esperando ler alguma placa escrita "pousada", e nada. Nada mesmo. Chegamos ao ponto final, na rodoviária de Porto Belo e não havia visto uma única pousada à beira da estrada... Aí entra a parte em que o desespero começou à tomar conta... hahahahahahaha. Ficaríamos na rua?

Sem rumo, fomos andando até um taxista sorridente, à espera de clientes e muito desconfiados, perguntamos se ele conhecia, por acaso, alguma pousada "boa e barata".
Gentilmente (catarinense é um povo muito prestativo) ele nos disse que por 10 pilas (R$), nos levaria às pousadas que ele conhecia e poderíamos escolher com calma, que ele aguardaria. 
Já na primeira que fomos, descemos. Estávamos realmente sem coragem para uma busca sem fim por uma pousada.

O ambiente era realmente agradável, cercado pela natureza, chalés de madeira, com vista, todos com sacada com rede e uma decoração rústica linda. Porém... apesar do preço justo, não poderíamos pagar.

Contamos a triste história do desentendimento familiar e por que saímos de lá e ela tentou nos ajudar. Ofereceu um quarto super simples, sem café da manhã e sem vista pelo preço que podíamos pagar.
Concordamos e agradecemos.
Para pagamento, ela só aceitava dinheiro (que não tínhamos na quantia pedida em espécie) e o querido taxista, que ficou aguardando por todo esse tempo, disse que por ser caminho dele, poderia nos levar e deixar no banco para fazer o saque e depois voltaríamos andando.
Assim foi feito. Deixamos nossas malas com a dona da pousada para que ela as acomodasse no tal quarto.

Em frente ao banco, nos despedimos do taxista (que apesar de não lembrar seu nome, o tenho em grande estima) e ficamos com seu telefone para que ele viesse nos buscar na volta, quando fôssemos até a rodoviária, pegar um ônibus para Balneário Camboriú, de onde nosso ônibus para São Paulo sairia.

Voltamos do banco andando, e passamos pela praça dos pescadores (haha temos uma história doida desse lugar na passagem anterior que tivemos nessa linda cidade. 
Depois passamos no mercado para comprar suprimentos para os próximos 4 dias que ficaríamos .
Quando chegamos... UMA SURPRESA: a dona havia nos acomodado em um chalé, dos lindinhos que comentei acima, com vista e tudo e com café da manhã. Como a pousada não estava lotada, ela liberou !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!




Passamos o resto de nossas férias em uma lugar lindo... tomando banho de piscina, fazendo caminhadas noturnas à beira-mar, e com um café-da-manhã incrível. 
Meu marido e eu concordamos que devíamos ter feito isso desde o início e evitado aborrecimentos.









Na volta, o taxista não estava disponível, mas mandou alguém de sua confiança nos levar à rodoviária da cidade.

Lição: 

Mesmo quando as coisas saem "erradas", coisas boas podem acontecer.










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