domingo, 20 de dezembro de 2015

Santiago dia 2 - Valparaíso e Viña del Mar por conta própria = Praia, cassino e andanças




Na verdade, o título não deveria incluir Santiago, porque não ficamos em Santiago...

No nosso segundo dia, eu queria muito conhecer as cidades de Valparaíso e Viña del Mar, cidades próximas à Santiago e que são banhadas pelo oceano Pacífico.
Lendo na internet, li sobre três maneiras comuns para  chegarmos à essas cidades: 
  

1. através de uma agência de viagens:
            porém achei os preços muito salgados, CAROS MESMO, e muita gente na internet reclamava que o roteiro era bem apertado, que as agências mal paravam para que os turistas pudessem aproveitar as paisagens. Era tudo muito corrido.


2. Alugar um carro e ir por conta própria:
           seria muito legal para nós, mas não nos sentimos seguros em dirigir, ainda mais em outro país. Não pela estrada, porque eram estradas excelentes, bem pavimentadas e tudo. Era falta de habilidade e costume de dirigir, inclusive aqui no Brasil mesmo.


3. Ir de Busão:
          Nem preciso dizer que escolhemos essa, né?
Era só escolher a empresa de ônibus, escolher o assento e ir curtindo a paisagem, tirando aquela soneca gostosa. O único inconveniente era justamente depender de ônibus para nos locomovermos. A gente ia ter hora máxima para voltar. Sniff. Caso contrário, teríamos que dormir por lá.
O que significava gastar mais, o que significava que não ia dar... kkkkk

Escolhida a forma para chegarmos primeiramente à Valparaíso, optamos por uma empresa de ônibus chilena bem tradicional: a Tour-Bus. Com vários horários de saída diária para os dois destinos.
A passagem foi bem baratinha e o ônibus era bem confortável.
A ideia inicial era chegar em Valparaíso e voltar por Viña para otimizar o tempo, mas a moça do guichê nos aconselhou que dessa forma, a passagem sairia mais cara. Chegar e voltar por Valpo era mais barato.
Assim foi feito. Deixamos a volta em aberto e teríamos até as 22h, se não me engano para retornar, saindo de Valpo.

Desembarcamos na rodoviária de Valparaíso umas 9h da manhã.



Situação: Valparaíso é mais uma cidade. Porém sua história é riquíssima, além dela possuir arte espalhada por todos os lados nos cerros (morros) que a formam, verdadeiros murais, o que a torna alegre, vibrante e colorida, ou seja: SUPER INTERESSANTE para se conhecer.

ACONTECE QUE... geralmente Valparaíso acaba passando despercebida, se comparada com a vizinha, badalada e glamourosa, Viña del Mar, por puro desconhecimento

E justamente por não se ter ideia do quão incrível é Valpo,  muitos acabam perdendo toda essa riqueza cultural que é essa cidade,tendo uma experiência do tipo: "ahhh... legal,agora vamos para Viña."
Logo, um guia é altamente recomendado.
COMO EU SOU MÃO DE VACA....

Descobri na internet que:

Existe um Free Walking Tour com a empresa Tips4Trips ... ISSO MESMO: FREE... (de graça).  A gente dá apenas uma gorjeta, com o valor que quisermos e se quisermos.

Não foi nem necessário agendamento prévio, foi só chegar e esperar o guia, que é facilmente identificável (ele/ela usa uma roupa listrada branca e vermelha, como a do Wally e só temos que nos juntar à multidão que já está esperando no ponto de encontro: a laza Sotomayor.

Um tour guiado, à pé pelos principais cerros da cidade, e com direito à várias surpresas super incríveis.
O tour à pé dura 03 horas e, palavra da gordinha nada atlética aqui que vos escreve: É SUPER TRANQUILO PARA FAZER. 
Só andamos em partes planas, ouvindo as histórias da cidade, bem como de suas construçoes históricas e murais
Para subir os cerros usamos os ascensores, ou funiculares, como são conhecidos.

Achei tão massa o tour que vou escrever um post só para ele.

O nosso tour começaria às 10h e assim que desembarcamos na rodoviária de Valpo, tratamos de conseguir um táxi para chegar a tal Plaza Sotomayor, porque eu fiquei com medo de nos atrasarmos e acabarmos perdendo o tour. Não sabia se com o ônibus iria dar tempo de chegar no horário.
Nem preciso dizer que eu amei o tour e super recomendo. 


O grupo: 2 brasileiros, 1 português, 1 mexicana e um argentino











Arquitetura











Street art





Plaza Sotomayor

Saímos de lá ainda super animados e fomos pegar um ônibus de linha que nos levasse até o nosso próximo destino: a cidade de Viña del Mar.
A gente andou, andou, andou e nada de encontrar um ponto de ônibus... Quando achamos uma multidão reunida, perguntei onde era o ponto de ônibus em todas as línguas misturadas e  emboladas que eu conhecia, e o cara me respondeu com a cara mais surpresa do mundo: O ÔNIBUS PÁRA ONDE VOCÊ DER SINAL, UÉ.


Ué, como se isso fosse a coisa mais comum do mundo... 

Aqui na minha cidade, tem ponto certo para o ônibus parar. Como é que eu ia saber?

Bem, superado esse vacilo, demos sinal, o ônibus parou e seguimos viagem.
Foi uma das viagens mais loucas da minha vida. O motorista dirigia como se tivesse acabado de assaltar um banco e estivesse fugindo da polícia, de tão rápido que ia. Affff

Foi fácil reconhecer o Relógio das Flores, cheio de turistas. Era nossa parada.
Descemos e tiramos algumas fotos.






Depois, atravessamos a larga avenida e fomos conhecer o oceano Pacífico.




Estava frio, e foi engraçado ver os chilenos cheios de roupas brincando na areia.

Fomos andando pela areia até encontrarmos um lugar afastado, com algumas pedras onde pudemos nos sentar.
Tiramos os tênis e fomos molhar os pés.

Não lembro a última vez que falei tantos palavrões na vida. Mentira. Lembro sim, foi ontem... mas, whatever.

O fato é que nunca senti uma água tão gelada na vida.
Foi como se eu tivesse enfiado os pés em um balde com água tirada da geladeira.

Foi terrível... 

Era molhar os pés, xingar e correr.  Mas foi também muito divertido e emocionante, pensar que eu havia cruzado o continente, saindo de uma cidade à beira do Atlântico para chegar a uma banhada pelo Pacífico .

Uma revoada de gaivotas cobriu a paisagem e foi incrível. 
Mais que de repente, o céu ficou negro de tantos pássaros. Me senti dentro daqueles filmes americanos onde o assunto principal é pesca. Isso aconteceu muitas vezes enquanto estivemos por lá observando.  

Quando cansamos, colocamos novamente os pés na bota e subimos por uma escadaria, saindo quase em frente ao luxuoso hotel Sheraton.


Ricos e famosos #sqn

Continuamos andando, beirando a orla. 



Reparem na quantidade de aves sobre as pedras, ao fundo


Fotografamos muitas dessas aves sobre as pedras.




A ideia era ir andando até um castelo chamado Wulff. 

Chegamos lá e entramos, mas a verdade foi que nem vi nada de muito interessante, a não ser o próprio castelo em si, que era realmente muito bonito por dentro e por fora. 






Interior do Castelo Wulff


Continuamos andando até chegarmos à uma larga ponte.
Depois dela, foi possível avistarmos o Cassino.

Mais fotos.

A cidade é realmente bonita, mas na minha humilde opinião, nem se compara à Valparaíso, meu xodózinho.



  

Ponte, e ao fundo, o Cassino
Próximo ao cassino compramos um picolé. Pode estar o frio que for, mas se o sorvete for de chocolate, eu encaro bravamente.

Atravessamos a rua e nos sentamos em umas muretas que davam bem de frente para o Pacífico.

Meio que do nada, surgiram umas ciganas e elas começaram à oferecer leitura de mão, previsão do futuro e coisas do gênero e foi difícil nos esquivarmos das insistentes ofertas.
Mas no fim elas acabaram indo embora.

Terminado o sorvete, atravessamos a rua e fomos até a porta do cassino. 
 

Fundos do Cassino


Não resistimos e entramos, super tímidos.

Eu só conhecia os cassinos dos filmes de Las Vegas e eu esperava homens de terno, mulheres em vestidos longos e brilhantes. 

Nossa entrada então foi obrigatória, apesar de saber que eu talvez não estivesse adequadamente vestida para a ocasião (nós estavamos de tênis e mochila) ,mas de jeito nenhum iríamos sair de Viña sem isso. 

Entrar foi tranquilo e as pessoas nem pareciam nos notar. Ninguém estava excessivamente bem vestido e a maioria  de jogadores era de senhores. 

Não tiramos fotos internas porque não era permitido.
Depois de percorrer todo o lugar decidimos arriscar a sorte e tentar.
Mas nossas tentativas foram frustradas e só perdemos dinheiro. 
Largamos as máquinas antes que não sobrasse dinheiro algum para voltarmos.


Cassino ao fundo

 Havia uma praia que eu queria muito ir, bem longe, onde eu li em algum lugar que seria possível apreciar os leões marinhos soltos na natureza, sobre as pedras. E havia também um parque bem bonito para visitar, mas nós já estávamos tão exaustos de tanto caminhar que preferimos voltar para Valparaíso para pegar o ônibus que nos levaria  de volta à Santiago.

Pedimos parada em um ponto qualquer da avenida e perguntamos para o motorista se ele iria rumo à Valparaíso
Como a resposta foi afirmativa, subimos e pedimos para que ele nos avisasse quando estivéssemos perto de nossa parada. 

Não ficamos mais que 10 minutos no ônibus e descemos.
Fomos orientados a atravessar a avenida da praia e seguir, sempre reto, que assim, acharíamos a rodoviária.

Realmente o caminho era simples, mesmo assim confirmamos com um transeunte e encontramos a rodoviária facilmente, mas antes, entramos e saímos de algumas lojas.

Compramos nossa passagem de volta para Santiago e voltamos para nosso apartamo.
Nossos pés estavam destruídos.






                                                                                                                                                                                                                      












quarta-feira, 9 de dezembro de 2015

Santiago - Dia 1 = Palácio, Café, Museu e Comilança


Na manhã seguinte...
Eu havia agendado um tour guiado no interior do palácio La Moneda.



Dicas preciosas que a internet nos dá:

O convencional é que as pessoas assistam apenas a troca da Guarda, que ocorre em dias alternados em frente ao palácio e depois sigam para os demais passeios.
Fuçando na net, descobri que havia um tour guiado, que nos apresentava às principais salas no interior do palácio, mas que era muito concorrido e que deveria ser agendado com no mínimo 03meses de antecedência.
Agendei 04 meses antes e mesmo assim não consegui o horário que eu queria.
Segue o link para o agendamento: 
visitasguiadas.presidencia.cl


Tem opção de idiomas e você pode selecionar o dia e hora da visita guiada que mais lhe interessar.



Queria pegar o primeiro horário, para após, assistir tranquilamente à troca da Guarda do Palácio.
Mas calhou que meu tour ficaria bem no meio da troca e eu perderia a maior parte.

Logicamente, na manhã seguinte, acordamos tarde (essa sou eu), saímos atrasados e meio perdidos, perguntando para as almas mais caridosas (em nosso espanhol ridículo), onde ficava o palácio La Moneda. Perguntávamos principalmente aos "Carabineros" (policiais chilenos) que eram sempre sorridentes e extremamente simpáticos.
Por estarmos hospedados no Centro de Santiago, era tudo muito perto e fizemos o caminho à pé.
Quando chegamos ao palácio, havia uma fila enorme, nos agrupamos e esperamos.


Fila na entrada do palácio


Pátio no interior do Palácio

Batendo Papo com outra turista brasileira





Jardim do Palácio

O tour foi bem legal e o mais incrível foi ver que nosso espanhol estava ótimo. Conseguíamos entender tudo_ graças aos dias que passamos dentro do ônibus, ouvindo apenas o idioma espanhol.
Traduzimos muitas coisas para outros brasileiros que não conseguiam acompanhar o que a guia dizia.
Me senti...

Na hora da troca da Guarda, foi nos concedido alguns minutos em lugar privilegiado para assistir: quem estava fazendo o tour, assistia a troca da Guarda pelo lado de dentro das grades de contenção.
Foi emocionante e lindo.



Adicionar legenda
De lá fomos visitar o centro cultural La Moneda, no subsolo do palácio. Vimos duas exposições de arte andina maravilhosas.




Nessa hora, eu já estava completamente e inteiramente apaixonada pela cidade. Me sentia em casa, me sentia segura...
Saímos sem rumo e fomos batendo perna pelos arredores.


Conseguimos um mapa da cidade com uma operadora de turismo, passamos pela Plaza de Armas. Paramos para apreciar um show "stand up comedy" . Foi divertido.



Contunuamos caminhando,vendo tudo.


Artista de rua



Entramos na principal catedral de Santiago... simplismente maravilhosa, espetacular.


Interior da Catedral Metropolitana


Bem pertinho está o Museu Histórico Nacional, com entrada grátis na época em que fomos.



Museu + Grátis = Entramos.

Museu muito bem cuidado, contando a história do Chile desde seus povos nativos, conquista pelos espanhóis, até o início da ditadura. Acervo maravilhoso, com algo que eu até então desconhecia: os Áudio-guias.

Um casal de brasileiros que estava deixando o museu nos deu os deles e acabamos usando na faixa (de graça mesmo).
Com a novidade, percorremos o museu novamente, agora com as explicações em português de todas as peças do acervo.


Acabou que, nos atrasamos e acabamos deixando de fazer algumas coisas que estavam em nossa programação.
Nossos pés doíam de tanto que andamos, mas foi muito divertido nos perder e nos achar nas largas avenidas do centro de Santiago.




Entrávamos e saíamos de lojas e shoppings, comparando os preços com os do Brasil.

Entramos em um "Café con Piernas", um café onde as moças que servem usam Micro-saias ( que são maiores que as saias usadas no Brasil... hahahahaha
Achei estranho. Nunca fui à uma cafeteria, logo, desconheço certos hábitos e achei bizarro me servirem uma água com gás junto com um Cappuccino. Só sabia que aquela água era para beber. Quando? Se antes, durante ou depois do Cappuccino, eu não fazia a menor ideia. Mas bebi.
Conhecemos um casal de brasileiros e conversamos bastante sobre as nossas viagens.

Como sou globalizada (NA VERDADE BESTA, COM MEDO DE PROVAR UMA COISA NOVA), fui ao Mc Donald's de um shopping e pedi um Big Mac, "sin palta", porque Big Mac com abacate é bem estranho.


Meu teste final foi tomar um táxi, rumo ao Mercado municipal.
Queria ver se eu dava conta de explicar para onde eu queria ir. Deu tudo certo.

Nessa hora eu já estava totalmente curiosa para experimentar a culinária local.
Provamos o Caranguejo Real, ou Centolla por um preço mais amigável que o normal, porque o dono do restaurante torcia para o mesmo time que meu marido torce.



Mesa para SOMENTE duas pessoas, no mercado municipal


Por incrível que pareça, não demos conta de comer todas essas coisas, fizemos o bom e velho MARMITÃO e levamos para jantar no apartamento.

Continuamos caminhando pelas ruas de Santiago e depois voltamos no cair da noite.



Dormimos cedinho, porque estávamos exaustos.