sexta-feira, 29 de janeiro de 2016

De ônibus, rumo ao deserto do Atacama



Com muita dor no coração, na manhã do dia 12 de Julho, deixamos Santiago.
Infelizmente deixamos de ver muitas coisas, como os cerros, o museu dos direitos humanos, os parques e etc... RESUMINDO: VAMOS TER QUE VOLTAR.

Infelizmente aquela tarde que desperdiçamos dormindo (devido ao nosso leve estado de embriaguez após a degustação na vinícula) fez falta.
Com certeza eu deveria ter aumentado em pelo menos um dia nossa estadia por Santiago.

Fizemos o check out e nos dirigimos ao terminal rodoviário. Nosso ônibus sairia às 13h45 daquela tarde.

Encontrar esse ônibus, alguns dias antes, foi uma comédia. A TurBus_empresa mais que conhecida no Chile_ era a única que chegava efetivamente até a cidade de San Pedro, porém, era também a mais cara.
Saímos então, de guichê em guichê, nos informando sobre as empresas, o trajeto, os serviços do ônibus, etc.. Naquele portunhol que só Jesus entende.

Acabou que escolhemos uma empresa boa e barata, porém que só nos levaria  até a cidade de Calama, distante 1h30 de San Pedro. De lá, teríamos que nos virar. Massss, lendo na internet afora, disseram que haviam vários ônibus, de várias empresas que realizavam o pequeno trajeto entre as duas cidades. Ia ser fácil.

O ônibus que saiu de Santiago era muito confortável, servia jantar (uma delícia por sinal) e café da manhã, e às 13h45  embarcamos.
A vigem demorou 24 horas.



As paisagens eram lindas e foi assustador ver tudo mudar de repente. Das folhas alaranjadas, passamos para o nada do deserto.
E essa paisagem nos acompanharia até muito depois da fronteira com o Perú.








Fizemos algumas paradas noturnas.
Passamos por cidades que eu nunca ouvira falar antes e algumas conhecidas de não sei onde, como Copiapó, La  Serena... (os nomes não me eram estranhos de jeito nenhum)
O frio era intenso.

O oceano Pacífico nos acompanhava sempre à esquerda, e vez ou outra surgia, deslumbrante, apesar da paisagem desértica.


No geral, a viagem foi muito tranquila. Apenas um incidente de madrugada: o  pneu furou e ficamos um tempo parados na estrada.

Na manhã seguinte chegamos à Antofagasta. A cidade me surpreendeu. Não esperava  ver prédios residenciais, comerciais, um porto enorme, bem no meio do deserto.
Um grupo de adolescentes brasileiros subiu no nosso ônibus. O destino deles era o mesmo que o nosso: San Pedro.


imagem : veoverde.com                                        O deserto ao fundo.


Na mesma tarde chegamos em Calama.
Uma cidade movimentada, com fama de violenta. Apesar de que eu não vi nada que eu não veja todo dia em uma cidade brasileira.

A empresa que nos levou tinha um tipo de loja/guichê. Um prédio só dela. Em Calama, não tinha um terminal rodoviário como conhecemos aqui, com todas as empresas de ônibus concentradas em um só lugar, aliás, cada empresa de ônibus ficava espalhada em um local difirente da cidade. Um saco.

A gente experimentou isso quando, ao desembarcar, descobrimos que a mesma empresa de ônibus que nos trouxe até Calama, até tinha uma linha que ia de Calama à San Pedro, porém, dalí à 5 horas e 30 minutos.

Espertos, decidimos não esperar e saímos rodando feito baratas tontas à procura de outras empresas que fizessem o trajeto. Todas estavam com horários lotados.
E a gente lá, de um lado para o outro com nossas mochilas cargueiras nas costas procurando um jeito de sair da cidade, sob o sol do deserto. Affffffff
Então foi pauleira.

Pior: depois de mais de uma hora rodando sem resultados, acabamos voltando de onde viemos e compramos a tal passagem no horário super tarde.

Quando chegamos à San Pedro já ia escurecer. Estávamos famintos e cansados.

Foi meio chocante ver a cidade de San Pedro. Realmente tudo era muito simples, o chão era de terra batida em alguns lugures e as casas eram todas da cor de barro ou brancas.



Olhem ao fundo. Ainda tenho dúvidas de que não havia alguma pintura gigante pendurada lá atrás como um mural, de tão perfeita que era a natureza. As cores eram incríveis.


O Claudio não curtiu muito no início. 

Vulcões ao fundo


Pior foi quando ele viu nosso Hostel: super simples e com banheiro compartilhado na área externa.
Eu já o havia prevenido, mas ele não me levou à sério.

Eu achei tudo muito lindinho, rústico e com cara de deserto.

Área comum

Eu curtindo a rede, facebookeando

Ainda no celular, contando aos parentes que estávamos ainda vivos e bem.

Vista da saída do Hostel. De cara para o icônico vulcão Licancabur.


Naquela noite, fez a amena temperatura de  -3° e nosso quarto não tinha aquecimento. Achei que ia congelar. Foi difícil dormir e dormimos usando todas as roupas que tínhamos trazido.


Não tivemos coragem de tomar banho naquela noite. Oooops !!!!!




















Nenhum comentário:

Postar um comentário