terça-feira, 5 de janeiro de 2016

Santiago - Dia 3- Visita à Vinícola Undurraga de ônibus


Em nosso segundo dia, eu havia programado um tour para conhecer como funcionava a produção de vinhos do Chile.


Eu e o Claudio, como bons apreciadores dos vinhos (comprados no supermercado por no máximo R$ 10,00), não poderíamos deixar de fazer esse passeio.

A saga começou por escolher qual vinícola conhecer porque as opções eram inúmeras.

Comecei à fuçar na net...

A primeira opção foi de cara: QUALQUER UMA QUE DESSE PRA IR DE ÔNIBUS PARA NÃO TERMOS QUE CONTRATAR AGÊNCIAS DE VIAGEM POR  MOTIVOS DE GRANA CURTA.

Decidido isso, de cara já descartamos as vinícolas do vale Colchagua e do vale Casablanca, que ficavam distantes dos limites urbanos de Santiago, o que exigiria de nós uma outra viagem e gastos com hospedagem.

A vinícola Concha y Toro era muito fácil_ segundo relatos_ para se chegar (era só pegar metrô, dar alguns passos, pegar um táxi ou ônibus e pronto. Mas li que o tour não era tão completo como o tour das demais e eu queria ver tudo, o máximo que nos fosse permitido. Outra coisa que me fez não escolher essa famosa vinícola, foi o fato de que ela é justamente a mais famosa, cheia de turistas e afins...

O vale do Maipo também fica relativamente perto de Santiago, sendo possível se chegar também usando a combinação metrô + ônibus e possuindo várias vinícolas interessantes.


Mais pesquisas, fiquei em dúvida entre a vinícola Santa Rita ( com um tour que combinava um passeio de bicicleta + degustação) e a apagadinha (apagadinha porque achei pouca coisa sobre ela) vinícola Undurraga (ainda assim uma das vinícolas mais tradicionais do Chile).

Nossa... eu queria fazer demais o tour de bike da Santa Rita. Queria mesmo. Mas fiquei com medo de não aguentar o percurso que era leve, porém bem longo. E outra coisa, esse passeio era relativamente caro para o nosso orçamento e, na época em que fomos não era época de colheita, logo, a paisagem talvez não fosse a mais bonita. Não iríamos ver aquelas parreiras cheinhas de uvas.

ESTAVA DECIDIDO ENTÃO...

Undurraga... aqui fomos nós.
Comecei à trocar e-mails com a vinícola para marcar horário e data, um mês antes de nossa chegada. Tudo muito tranquilo.

Como chegamos: 

Pegamos o metrô (sentido San Pablo) e descemos na estação Central. Perguntamos à um "Carabinero" (policial chileno), onde ficava a saída para a estação San Borja e seguimos a multidão, rumo à superfície.

Quando saímos, eu confesso que me perdi.
Mas foi por apenas dois segundos. Olhei para o lado e achei o shopping, onde ficava a tal estação.

Entramos e seguimos, sempre reto.
No fim do shopping, deparamos com uma grande loja de materiais de construção e nada da estação.
Eu olhava e não achava... até que me liguei que a estação ficava no primeiro andar do shopping, o que bugou minha mente, porque eu já estava na superfície, e não mais no nível do metrô.

Subimos a escada rolante e finalmente chegamos na estação. Rodamos até achar a plataforma (acho que era a 75 ou talvez 77), de onde sairia nosso ônibus, da Flota Talagante.

Assim que achamos, já tinha um de saída. Era um micro verdinho.
Subimos, pagamos mil pesos cada (perto de 5 reais na época) e seguimos nossa viagem ao som de música chilena. 

Pedimos para o motorista avisar quando chegássemos e ele gentilmente nos disse que o ônibus pararia bem em frente à vinícola.

45 minutos depois, chegamos. Descemos realmente bem em frente à vinícola e só precisamos atravessar a rua.

Havia um portão aberto e timidamente entramos, super sem jeito.

Um possível jardineiro nos cumprimentou e nos indicou onde era a recepção.

Dados nossos nomes, pagamos 9mil pesos cada (cerca de R$ 45,00 na época) e a moça nos deixou à vontade para tirarmos fotos da propriedade, enquanto aguardávamos o início do tour, que seria às 9h. Eram ainda umas 8h15 da manhã.
























As impressionantes cores das árvores chilenas



Com o tempo, as excursões começaram à chegar e o jardim começou a ficar repleto de gente.






Às 9h em ponto, o tour teve início.









Um guia maravilhoso nos conduziu pela propriedade, um senhor muito engraçado e funcionário muito antigo da vinícola.


As únicas coisas que lamento foram que na época, nem as parreiras vazias nós vimos, pois, naquele mês, as parreiras haviam sido replantadas e o casarão da família que fundou a vinícola, foi demolido devido à danos sofridos, após o grande terremoto de  2010.




O guia nos mostrou alguns canteiros com exemplares das parreiras e nos explicou os diferentes tipos de uvas produzidos na vinícola.

 



Ríamos o tempo inteiro com as piadas do guia que era muito animado e adorava fazer piada das situações.

Vimos os famosos barris de carvalho em uma sala escura e fria. Foi muito legal. Tiramos muitas fotos e seguimos por um museu sobre a arte Mapuche (povo que habitava a região sudoeste da Argentina e centro-sul do Chile, antes da chegada dos espanhóis).








Por fim, fomos para a tão esperada DEGUSTAÇÃO DOS VINHOS.

 



INÍCIO DA DEGUSTÇÃO





Uma bonita mesa de madeira envelhecida  nos aguardava, repleta de taças vazias e uns quatro tipos de vinho.
Fomos servidos e confesso que apenas o último nos agradou. Era bem docinho (licoroso).

Não sei o que houve, se foi o clima, o ar, o vinho ou tudo junto e misturado, mas no final da degustação estávamos levemente bêbados. Eu muito, na verdade. 
Eu sabia o que estava fazendo, mas eu estava mal, alta. Chamando Urubu de "meu loiro".
Mesmo assim, fiz a "fina e elegante" e segurei a onda. Andei com cuidado para não cair ou derrubar nada, conversei com os demais a nossa volta _inclusive lembro de um cara arrogante que desdenhou do tal vinho que eu mais gostei, repetindo as palavras do guia, se fazendo de entendido e de uma mulher muito risonha e simpática que havia feito o tour da Concha y Toro e comprovado que o da Undurraga era realmente mais completo. 

Detalhe: as taças, que são super bonitas ficam como presente, e vêm em embalagens super lindas também.

Quando o tour terminou, fomos para o ponto de ônibus e assim que chegamos, já vinha vindo um micro Talagante, rumo à Santiago. Demos sinal e subimos.

A última coisa que me lembro é de ter sentado ao lado de uma moça e depois só lembro dela me acordando na estação de ônibus, já em Santiago.

QUE SITUAÇÃO DEGRADANTE...

Chegamos ao apartamento muito tontos ainda. 
Tínhamos planos para aquela tarde, mas foi inevitável depois do banho, não cair na cama e só acordar muito tarde da noite.

Acabamos perdendo aquela tarde de passeio, o que foi péssimo, pois essa tarde fez falta. Saí de Santiago sem conhecer alguns lugares que eu queria muito, o que daria para ter feito nessa tarde.

Esse é o mau de fazer roteiros apertados, eu deveria ter nos dado um dia à mais em Santiago. Sniff, sniff.

Voltando à falar sobre a Undurraga, valeu muito à pena. Foi muito divertido e por termos feito tudo de ônibus, economizamos pra caramba. Conhecemos um casal no nosso primeiro dia em Santiago, no Café con Piernas, que faria o mesmo passeio, porém com uma agência e pagariam um valor absurdamente mais alto.

O engraçado é que as taças conseguiram chegar inteiras em São Paulo, depois de deserto, trilhas, tuk tuks, ônibus e mais ônibus, e por último avião. Mas foi uma saga.








 



 



















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